O
recém-criado Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) acionará a
Procuradoria Geral da República contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ)
nesta quinta-feira devido ao seu discurso, no plenário da Câmara na
terça-feira, em que afirmou que não estupraria a deputada Maria do
Rosário (PT-RS) porque ela "não merece".
Presidido
pela ministra Ideli Salvatti (Secretaria de Direitos Humanos), o
colegiado se reunirá com a vice procuradora-geral da República, Ela
Wiecko. O Conselho também entrará com uma representação junto à Comissão
de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara para pedir a cassação do
mandato de Bolsonaro, reeleito para a próxima legislatura.
Bolsonaro
atacou a petista ao rebater discurso feito por ela minutos antes, no
qual defendeu a Comissão da Verdade e as investigações de crimes da
ditadura militar.
A
representação contra o deputado é o primeiro ato oficial do conselho.
Seus membros tomaram posse nesta quarta-feira durante a cerimônia de
entrega do Prêmio Direitos Humanos 2014, no Itamaraty.
Na
ocasião, Ideli classificou a atitude de Bolsonaro como gravíssima por
ele ter ofendido Maria do Rosário da tribuna da Câmara. "Desta vez foi
gravíssimo porque foi da tribuna. Outras vezes tinha sido no corredor,
no plenário. Mas desta vez não. Ele estava no exercício indiscutível do
seu mandato. Ele estava na tribuna incitando um crime hediondo", disse a
ministra.
Quatro
partidos já entraram com pedidos de cassação contra o deputado no
Conselho de Ética da Câmara. PT, PC do B, PSOL e PSB defendem a perda do
mandato do congressista
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