TOLERAR A INTOLERÂNCIA : DESTACA NENA CABRAL
Hoje vou discordar de meu amigo e
mestre Janio de Freitas. Até admito que a liberdade de expressão não seja
absoluta. Penso que gritar "fogo!" num teatro lotado quando não há
incêndio deve constituir ilícito, mas, tirando essas situações em que uma
declaração objetivamente falsa representa perigo real e imediato, tudo o mais
deve ser tolerado. Isso inclui os discursos falsos que não trazem ameaça
premente e os verdadeiros, ainda que concretamente danosos.Se não for assim, a liberdade de expressão não faz sentido. Ninguém precisa de garantias para falar mal do câncer ou pedir a paz mundial. Como afirmou o linguista e ativista de esquerda Noam Chomsky, "se você é a favor da liberdade de expressão, isso significa que você é a favor da liberdade de exprimir precisamente as opiniões que você despreza".
Daí decorre, creio, que a democracia, ao contrário do que se apregoa, deve, sim, admitir pregações nazistas, racistas e antidemocráticas. No instante em que o sujeito tenta colocar essas ideias em prática, aí é hora de chamar a polícia. Existe, afinal, uma fronteira mais ou menos natural entre o discurso e a prática. É melhor aproveitá-la do que atribuir a alguém o poder de arbitrar entre o que é ou não uma declaração aceitável.
E por que dar tanto espaço para gente que no fundo quer acabar com a tolerância? A liberdade de expressão, ao assegurar que todos os temas possam ser debatidos sob todos os ângulos, catalisa a necessária reciclagem dos consensos sociais. Num passado não muito remoto, queimar infiéis, prender adúlteros e manter escravos eram ideias respeitáveis que tinham o amparo da opinião pública.
Se você acredita que, no longo prazo, a razão tende a prevalecer e acha isso bom, não há como não defender uma versão forte da liberdade de expressão. O preço a pagar, que é ouvir tolices como as proferidas pela apresentadora de TV Rachel Sheherazade, é quase uma pechincha.
Fonte: Folha de S.Paulo
LUTO : DESTACA NENA CABRAL
A semana passada pegou fogo e esta
abre com a morte cerebral do colega Santiago Andrade, cinegrafista de TV, num
episódio cheio de significados e alertas.
Jogar um rojão em pessoas, sejam jornalistas, transeuntes ou policiais,
contrapõe o legítimo e saudável direito de manifestação à ilegal e doentia ação
de vândalos.
Os que saem de casa com um artefato desses e os que o jogam sobre uma multidão
não podem se dizer inocentes. Se não premeditaram, sabiam perfeitamente que
poderiam matar. É como quem toma um porre, pega um carro e causa uma tragédia.
O outro significado, ou alerta, é que o rojão que explodiu na cabeça de
Santiago (as imagens são chocantes) caiu justamente num cinegrafista que estava
ali trabalhando. Escancara, assim, o caráter antidemocrático dos "black
blocs", que atingiram simbólica e objetivamente o dever da mídia de
informar e o direito de todos à informação.
Por último, a morte cerebral de Santiago não é um episódio aleatório, isolado.
Ao contrário, ocorre num momento de grande agitação, incômodo, dúvidas e
apreensões em diferentes esferas de poder e, principalmente, na sociedade.
Ele foi mortalmente atingido a meses da Copa, ainda sob o horror do complexo de
Pedrinhas e dias depois de dois crimes bárbaros. Um "justiceiro"
matou um rapaz de 20 anos com um tiro no rosto, a queima roupa e à luz do dia.
E uma turba amarrou um menor infrator a um poste, nu, exposto à execração
pública.
A sociedade está, de fato, exausta com incontáveis erros e, particularmente,
com a violência sem controle. Mas, se cidadãos e cidadãs se tornam mais cruéis
e mais desafiadores do que os piores bandidos, onde nós vamos parar?
Que se criem e se formem menos bandidos e justiceiros --hoje embolados num
único ente-- e mais Yvonnes Bezerra de Mello, que embalou o menino do poste e
mantém a crença na humanidade. Não é sonhar tão alto.
Fonte: Folha de S.Paulo
QUEM SABE LEANDRO NÃO REVIVE A TEMPORADA DE 2011 ?
No treino desta tarde, no Arruda, o técnico Vica optou por Leandro Souza como substituto do suspenso Everton Sena, deixando Vágner no banco de reservas.
O treinador teve os seus motivos, muitos deles imperceptíveis para quem não vive dentro do grupo, como fatores tipo motivação, confiança, melhor momento psicológico etc.
Se este foi o critério utilizado por Vica para preferir Leandro, ótimo. E que isso traga bons resultados para a defesa coral diante do Guarany de Sobral, neste sábado, no Arruda.
Porque se formos mais criteriosos no olhar do retrospecto do ex-xerifão de 2011 nas temporadas 2012 e 2013 ele sequer estaria no grupo do Santa Cruz.
Leandro Souza se tornou um zagueiro pesado e lento, de pouquissima capacidade de recuperação e, apesar da boa estatura, nem tão eficiente no jogo aéreo.
Escalá-lo por ser mais alto que Vágner também não justificaria a escolha. Ainda mais diante de um adversário que não explora tanto este tipo de jogada. Seus atacantes não passam de 1m80 e gostam de jogar mais na velocidade.
Dos cinco gols marcados pelo Guarany no Nordestão, dois foram de cabeça, ambos na vitória por 2×1 sobre o Botafogo-PB.
E nenhum dos dois gols foram marcados naquela disputa no alto e sim no erro de posicionamento da defesa adversária. O de Rodrigo, o segundo contra os paraibanos, ele sequer precisou sair do chão.
Mas quem sabe Leandro Souza não acorda neste sábado como se estivesse na temporada 2011 e não faz aquele partidaço? Quem sab
Fonte: blog de Primeira - Folha de PE
BAL MASQUÊ 2014 - PROGRAMAÇÃO E NOVIDADES
Bal Masqué 2014 – Programação e Novidades




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