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Da AE
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Quatro dias depois de ouvir da presidente Dilma
Rousseff a afirmação de que os que criticam sua política econômica são
"caras de pau", o provável candidato do PSB à Presidência da
República, Eduardo Campos, pregou humildade e disse que não entrará em
provocações nem usará o mesmo linguajar. "Vamos evitar que esse debate se
resvale em uma briga de rua", disse ele, durante reunião do diretório
nacional do PPS, partido que fará parte da aliança PSB/Rede na disputa presidencial.
Campos atacou novamente a condução da economia por
parte do governo e citou explicitamente a administração de Dilma Rousseff.
"Inaugura o quarto ano a gestão que está aí. Nós percebemos que nada se
altera do que vivemos desde 2011". Segundo ele, o Brasil desacelerou e a
sensação que passa à sociedade brasileira é de que o atual governo interrompeu
um ciclo em que as pessoas percebiam, com acertos e erros, que estavam
acumulando conquistas em setores importantes da sociedade.
O País tem hoje 39 ministérios, um número recorde
na história do País. O governador criticou tantas Pastas. Acha que podem ser
reduzidos à metade. "Virou um consenso nacional de que temos ministérios
demais. Precisamos fazer um debate, quem sabe reduzir à metade. O Estado
brasileiro está muito distante da cidadania", afirmou ele, que foi
ministro da Ciência e Tecnologia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e
esteve ao lado da presidente Dilma Rousseff até setembro, quando o PSB rompeu
com o governo e entregou os ministérios da Integração e dos Postos.
Eduardo Campos disse ainda que o programa de seu
governo tentará pôr a economia nos eixos. "O que está na cabeça do povo
brasileiro é como vamos colocar esse País para crescer, como aumentar a balança
comercial, que aponta para um déficit de mais de R$ 100 bilhões de produtos
industrializados, que põe em risco um setor estratégico para uma sociedade mais
justa do que a que temos. Temos, portanto, uma pauta real para dar conta, vamos
melhorar a produtividade da economia brasileira e a qualidade de vida nos
grandes centros."
Alianças
Indagado sobre uma possível aliança com o tucano
Aécio Neves no segundo turno da eleição para enfrentar Dilma Rousseff, o
governador se esquivou da resposta. "Não estamos no tempo de falar no
segundo turno, porque não começou nem o primeiro turno. Estamos em
pré-campanha. Vamos fazer um debate qualificado porque vai dar tudo certo até a
eleição. E, em 2015, quem sabe podemos voltar a animar o Brasil."
O candidato socialista afirmou ainda que é amigo de
Aécio Neves e que os dois têm uma história semelhante. Na redemocratização,
eles se encontraram, Aécio ao lado do avô Tancredo Neves e ele ao lado do avô
Miguel Arraes. Depois, Aécio, juntamente com o ex-ministro Fernando Pimentel,
apoiou o nome de Márcio Lacerda, do PSB, para a prefeitura de Belo Horizonte.
Ele elogiou a união de partes tão opostas da política, como a do apoio a
Lacerda. "Essa forma de fazer política o Brasil vê hoje com mais alegria,
que é conviver com os diferentes. A vida inteira aprendi a conviver com os
diferentes, respeitar os diferentes."

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